A Força de um RH Estratégico

O que é o RH? O que faz?
Qual sua importância para a empresa?
Você saberia explicar como é essa importância em sua empresa?

E com essas três perguntas realizamos uma das maiores pesquisas sobre o tema em todo o agronegócio. O trabalho, estratégico e silencioso, diga-se de passagem, durou quase dois anos e foi direcionado para multinacionais, indústrias, cooperativas, revendas, empresários do setor, equipes de vendas, profissionais de diversas áreas nas empresas e produtores/ clientes. O resultado foi, no mínimo, assustador…

Mais de 83% dos entrevistados definiram o RH como “quem cuida da contratação e demissão, faz os pagamentos e organiza os eventos e cursos da empresa e treina as pessoas.”

Isso já seria um absurdo, se as respostas para as duas perguntas seguintes não tivessem sido ainda piores:
– “O RH é muito importante para o andamento da empresa…”
– “O RH contribui muito com o desenvolvimento das pessoas da empresa.”

E ao explicarem COMO isso é feito, a maioria não sabia responder e vários gestores e empresários, ao gaguejarem e tentarem desviar a conversa, responderam, em sua maioria, algo como:
– “Bem… a ‘moça’ do RH organiza os eventos, prepara os treinamentos e coffee breaks, está presente nas reuniões para contratação e demissão e executa o que a diretoria pede.”
– “O ‘rapaz’ do RH faz as contratações, estuda quem precisa ser melhorado e quem tem que sair, ‘ajuda’ no administrativo, cuida um pouco do ‘marketing’, organiza os treinamentos e ‘ajuda’ a diretoria a entender um pouco as regras do mercado.”
– “O nosso RH age ativamente com nosso quadro de funcionários, estuda as necessidades dos colaboradores e da empresa, é responsável por fazer com que todos sigam as regras da empresa, auxilia nas escolhas de contratação e demissão, no estudo dos cargos e salários, na escolha e organização dos treinamentos, na preparação da sala, coffee break e etc.”

O primeiro ponto muito grave é que as empresas (a maioria delas), trata desrespeitosamente o profissional de RH, chamando-os de ‘rapaz’ ou ‘menina’, enquanto se refere a outros profissionais como ‘o gerente de vendas’, o ‘supervisor’ de campo, o ‘diretor comercial ou financeiro ou administrativo’ e por aí vai…

Não que os profissionais de RH sejam mal tratados, mas, são vistos como parte secundária para o sucesso das empresas e esse é um erro danoso para qualquer instituição que deseja consolidar e efetivar bons e ótimos resultados. Mas, falaremos sobre isso na sequência…

O segundo e talvez, maior erro, vem da terceira explicação, onde grande parte dos empresários e gestores apontaram várias funções importantes do RH, porém, em nenhum dos casos, esses mesmos profissionais foram citados como parte integrante da formatação e elaboração das estratégias da empresa. São citados como pessoas que ‘ajudam’, ‘auxiliam’, ‘corroboram’ e ‘executam’, ou seja, funções puramente operacionais e não estratégicas.

O profissional de RH vem sendo subjugado há muitos anos e por mais que isso venha melhorando, nas multinacionais e empresas mais profissionalizadas, ainda existe um tabu gigantesco entre a maneira como as empresas veem a importância do RH e o que esses profissionais, verdadeiramente, podem dar para essas empresas.

O RH é estratégico e precisa ser visto como tal. As empresas precisam participar esses profissionais de suas reuniões estratégicas, na criação das soluções que gerarão grandes resultados e isso tem uma explicação muito lógica… As pessoas são as responsáveis pelo perfeito cumprimento e execução dessas estratégias, portanto, quem melhor do que o RH para direcionar, desde o início, as metas e delegar as funções exatas?

Durante as reuniões de board são chamados os gestores financeiros porque entendem de números, os gestores comerciais, porque entendem de números, os gestores de marketing porque entendem de mercado, os gestores administrativos, porque entendem das regras da empresa e então, por que os profissionais de RH não são participados de forma estratégica para saber “se” um grupo ou outro dará conta do recado e irá gerar os resultados que as empresas esperam?

Quantas e quantas vezes, vemos os números se perderem e o RH se matar para apagar incêndios, simplesmente, porque as metas certas foram direcionadas para as pessoas erradas e esses números se perdem durante o processo, que deveria ser mais coeso e conciso?

O RH é muito mais do que operação e execução…

O RH é estratégico para toda e qualquer empresa que deseja resultados efetivos e consistentes e são pouquíssimas as empresas que enxergam dessa maneira. Em meus quase 20 anos de consultoria, como pesquisador neurocientista e profissional ligado ao comportamento humano, vinculado às estratégias de comunicação, marketing, liderança e vendas, vejo muitos diretores e gestores convidar o RH para participar das reuniões como mero coadjuvantes, anotadores do que eles querem e não como protagonistas dos momentos que constroem o futuro das empresas.

Os profissionais de RH precisam demonstrar essa força de uma maneira também, estratégica. Não adianta querer buscar o reconhecimento e a participação de uma maneira simples, com explanação do que é a gestão de pessoas ou o que ele pode fazer pela empresa. É preciso mais do que se auto afirmar…

O RH atual deve ser dinâmico, forte, consistente, ativo e resiliente… Sim, muita resiliência, pois, é quem absorve os grandes impactos nas reações e relações humanas, trabalhando para que as atmosferas se tornem produtivas e construtivas entre os profissionais.

Um RH estratégico sabe como ninguém, auxiliar as pessoas para o aprimoramento no uso das Hard Skills, as habilidades especializadas e práticas, tão importantes para a solução de problemas técnicos nas empresas, como também, identificar e desenvolver as Soft Skills, as habilidades subjetivas como inteligência emocional, comunicação assertiva, resiliência, proatividade, colaboração e etc, que maximizam o potencial de realização, os relacionamentos e as conquistas de resultados de uma maneira muito mais efetiva. Imagine, então, a gama de responsabilidades que incide sobre o profissional de gestão de pessoas…

E para que esse profissional de RH ganhe o espaço que merece, terá que se posicionar de forma tática e com uma postura de liderança, como na verdade, deveria acontecer, em todas as empresas que desejam maximizar a profissionalização e humanização de seus resultados. Os ganhos com essa atitude estratégica e inteligente, bem como, as mudanças que ela trará, irão beneficiar empresas, entidades, cooperativas, instituições e até mesmo, clientes, fornecedores e todas as pessoas envolvidas no processo corporativo e empresarial e consequentemente, isso irá afetar positivamente, números e resultados.

Empresas autenticamente profissionalizadas tem um RH profissionalizado… Ponto! Nessas empresas não existe uma ‘menina’ ou a ‘moça ou o rapaz’ do RH e sim, enchem a boca para dizer… ‘O nosso RH’… ‘o profissional do RH’.

E essas empresas, que assumem os profissionais de recursos humanos para dar recursos aos humanos, elas crescem e humanizam números de uma forma impactante e consistente.

Para finalizar, quero deixar a observação de que vivemos uma época de grande dicotomia, onde os profissionais são expostos a trabalhar sob muita pressão para entrega de respostas ágeis, mas, com uma variedade de canais de comunicação que a tornam assíncrona, ou seja, os profissionais precisam aprender a trabalhar em diferentes tempos e espaços, muitas vezes, de maneiras virtuais, a possibilidade de erros e distorções se torna muito presente e os conflitos, estresses, ansiedades podem gerar uma atmosfera de alta tensão e rompimentos. É nessa hora que toda e qualquer organização precisará de um RH presente e estratégico, pois, é esse RH que dará o correto direcionamento e a vitalidade necessária para que as pessoas deem vida aos resultados que as organizações tanto buscam.

Simples assim…

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